Quem somos
De Frequência Damata a Desobediência Sonora
A Desobediência Sonora é uma mídia independente, popular e anticapitalista que nasce em 2013, na cidade de São Paulo, em torno da apropriação do Podcast Frequência Damata, realizando sua reestruturação. Seguiu mantendo este podcast e promovendo outros, organizando atividades com música independente, rodas de conversa, publicando fanzines e até lançando um álbum. Aqui vamos contar um pouco desta história, de mais de uma década de podcast e um tanto de outras coisas. O que hoje se conhece como Desobediência Sonora nasceu como Podcast Frequência Damata, no ano de 2007, no Estúdio Damata, localizado no Jaçanã, Zona Norte da cidade de São Paulo. O Podcast surge como uma ferramenta do estúdio, reunindo DJs e jornalistas que tinham como foco a apreciação de músicas, fazendo links com atividades artísticas e culturais da cidade de São Paulo. Esse foi o tom até o ano de 2009, quando ocorre a saída de grande parte de seus/suas integrantes e a entrada de novos/as. Gradativamente, realizam-se mais entrevistas, voltando-se para música independente e para movimentos políticos e culturais da cidade de São Paulo. Em 2012, o podcast se reestrutura com um grupo maior de pessoas e dispõe de edições quinzenais, com cartazes, fotos, publicação de textos. Neste momento, conta com parcerias no oferecimento de conteúdo por meio da Web Rádio Lest Music de Ferraz de Vasconcelos e a Rádio Ponto Alternativo de Fortaleza e consegue o financiamento do Programa VAI (Valorização de Iniciativas Culturais) da Secretaria Municipal de Cultura de São Paulo. Em 2013, após uma nova aprovação do VAI, há uma ruptura com integrantes do Estúdio Damata e a suspensão de todo o trabalho.
Após a publicização deste término, há o convite do Espaço Autônomo Casa Mafalda, que ficava no bairro da Lapa, Zona Oeste da cidade de São Paulo, para que o Podcast se organizasse em suas dependências e, assim contasse com o apoio de seus/suas integrantes. Após uma nova reorganização de integrantes, o Podcast volta em 2014 na Mafalda, mas, gradativamente, mudando o nome para Desobediência Sonora. O Podcast foi construído ali de forma diferente, com a organização de um evento e a abertura da Mafalda para cada entrevista, também promovendo algumas edições na Casa de Cultura Marginal. Nesse período, estivemos com o Coletivo DAR, Rede 2 de Outubro, Fábrica Ocupada Flasko, Invasores de Cérebros, Os Excluídos, Flicts, Luana Hansen e até com integrantes das bandas europeias Agathocles, Doom e Newtown Neurotics. Fizemos parcerias e organizamos atividades com o Movimento Passa Livre de São Paulo, com a Caravana 43 de Aytznapa, para os atos em memória ao “Massacre do Carandiru”. Estivemos na organização do “Okulpalco” durante a Virada Cultura, organizamos aula-teatro sobre a Emma Goldman e diversos outros shows e rodas de conversa.
Em 2016 nos reestruturamos e iniciamos gravações de forma itinerante, onde fosse melhor para a/o convidada/o, muitas vezes, gravando na própria casa da pessoa. Também organizamos encontros que chamamos de “Oficina Livre de Podcast”, percorrendo a cidade São Paulo, cidades ao redor e do interior, com o intuito de incentivar, principalmente crianças e adolescentes, a construírem podcast a partir da perspectiva de mídia independente.
Continuamos na organização de rodas de conversa, no entanto, a partir desse momento, promovendo mais shows, como foi com os mexicanos do Dresden Wolfves, uruguaios da Antibanda, argentinos da Radio Inferno, tudo cada vez mais voltado ao contexto punk. No ano de 2017 lançamos o Tributo ao SUB, reunindo 24 bandas do cenário independente nacional da época, tocando clássicos do punk brasileiro.
Foi o ano que também ampliamos nossa produção de Podcast e começamos a fazer programa em rádio. Estivemos com a Ocupação Independente Aqualtune produzindo o Podcast Ocupação Sonora. Lançamos o Podcast Pedalada Ecologia Audiovisual com a memória popular do interior da Bahia, com o Cursinho Livre da Norte fizemos o Podcast CLN, numa ideia de aulas em formato de podcast e também iniciamos nossa parceria com a Rádio Comunitária Cantareira, situada na Brasilândia, Zona Norte da cidade de São Paulo, através de um programa que divulgava todo o nosso conteúdo.
No ano seguinte, fechamos uma parceria com a Rádio Antena Zero do centro da cidade de São Paulo e o nosso principal podcast passou a ser gravado lá semanalmente. Iniciamos os trabalhos em torno do Podcast Memória Viva Nasce a Cada Dia, voltado a memória popular do interior do Estado de São Paulo e em 2018, também fechamos uma parceria com o Memorial da Resistência, disponibilizando nossos trabalhos durante uma exposição e também promovendo entrevistas voltadas a discutir violação de direitos humanos. Iniciamos também a publicação de Fanzines com materiais inéditos, que vão desde uma peça de teatro escrita dentro do sistema carcerário paulista até o relato de uma professora de Geografia que foi de moto da Vila Nova Cachoeirinha até o Uruguai.
Nova reestruturação em 2019 e mais gente chega junto na participação do Desobediência Sonora. São lançados o Boletim Casa Virada e o A Voz da Várzea, o primeiro discutindo encarceramento de jovens numa perspectiva anarquista e abolicionista penal e o segundo trazendo o futebol de várzea da Brasilândia. Em 2020 com a pandemia houve paralização da “Voz da Várzea” e o Boletim ficou vinculado a Rádio Comunitária Cantareira. O podcast Desobediência Sonora continuou semanal na Rádio Antena Zero, organizamos a segunda temporada da “Memória Viva Nasce a Cada Dia”, incorporamos a “Voz Ativa Estudantil”, Podcast / Rádio Escola da EMEF Professora Shirley Guio e os drops de análises políticas “Estratégia & Análise” do Bruno Lima Rocha. Iniciamos o “Talento Aprisionado” com as memórias do Kric do grupo de rap Comunidade Carcerária, o Paranóia Bipolar trazendo álbuns clássicos do punk e a Rádio Sotaqui, com crianças da cidade de Mogi Guaçu”.